segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Operação Carne Fria 2 do Ibama identifica 23 frigoríficos que compravam gado produzido em áreas embargadas


A ação ocorreu em municípios dos estados do Amazonas e do Pará.

 O Ibama realizou nesse mês de outubro a Operação Carne Fria 2 com o objetivo de coibir o desmatamento na Amazônia a partir da fiscalização da cadeia que produz ou comercializa gado procedente de áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia. A operação visa combater um dos principais vetores do desmatamento na região, garantindo que aqueles que violam as leis ambientais sejam devidamente penalizados.

Durante as investigações foram identificadas 69 propriedades rurais que criavam e comercializavam aproximadamente 18 mil cabeças de gado, em 26 mil hectares de áreas embargadas por desmatamento ilegal. Além disso, a fiscalização do Ibama identificou 23 frigoríficos que adquiriram esses animais, tornando-se infratores ambientais.

Operação Carne Fria 2 do Ibama identifica 23 frigoríficos que compravam gado produzido em áreas embargadas
Ibama fiscalizando uma das 69 propriedades rurais que criavam e comercializavam cabeças de gado

Os frigoríficos foram autuados por adquirir produto de área embargada. Os responsáveis pelas propriedades foram autuados por descumprimento de embargo, impedimento da regeneração natural e venda de produto de área embargada. Todos foram notificados para fazer a retirada do rebanho bovino das áreas interditadas.

Até o momento foram realizados 154 autos de infração, totalizando R$ 364,5 milhões em multas e apreendidas 8.854 cabeças de gado produzidas nas áreas embargadas. Também foram embargados três frigoríficos por estarem funcionando sem a licença ambiental ou em desacordo com a concedida. O embargo é aplicado quando constatada infração ambiental, com o objetivo de impedir a continuidade das irregularidades, sendo vedada qualquer atividade ou uso durante a vigência da medida administrativa.

A operação ocorreu nos municípios de Novo Progresso, Santarém, Altamira, São Félix do Xingu, Igarapé-Açú, Portel, Anapú, Pacajá, Novo Repartimento, Ipixuna, Tomé-açú e Bom Jesus do Tocantins, no Pará e nos municípios de Boca do Acre e Lábrea, no Amazonas.

Qualquer pessoa que compre ou financie a produção rural, necessita consultar a lista pública de embargos do Ibama, disponível no site do Instituto, para evitar a aquisição ou fomento de produtos ilegais.

As irregularidades constadas na operação serão comunicadas ao Ministério Público Federal para a adoção de medidas cíveis e criminais pertinentes.

A Operação Carne Fria 2 contou com apoio da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal e integra uma das linhas de ação do Plano de Ação Para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), conduzido pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.


Operação Carne Fria

O PPCDAm é um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima e tem o objetivo de reduzir de forma contínua e consistente o desmatamento, além de criar as condições para um modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal.

A estratégia da Operação Carne Fria é responsabilizar administrativamente a cadeia produtiva que adquire produtos procedentes de áreas desmatadas ilegalmente, além daqueles que realizam a supressão da vegetação.


    FONTE: Assessoria de Comunicação do Ibama

    quinta-feira, 10 de outubro de 2024

    Animais resgatados das queimadas no MT são retirados de centro de cuidados após ameaça de incêndio perto do local de tratamento

     

    Entre os animais estão, um tamanduá, uma anta, um veado e uma onça-parda.


                    Animais resgatados das queimadas no MT são retirados de centro de cuidados após ameaça de incêndio perto do local de tratamento

    Na segunda-feira (7), animais resgatados dos incêndios no Mato Grosso foram retirados às pressas de uma unidade de tratamento após um incêndio florestal chegar muito próximo ao local onde os animais estavam. A operação de retirada foi conjunta entre Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e Instituto Ampara Pantanal, na base de atendimento onde os animais se encontravam.

    A base fica na Transpantaneira, próxima da cidade de Poconé, a 104 km de Cuibá (MT). A orientação para a ação foi dada pelo Sistema de Comando de Incidentes (SCI) Emergência fauna Pantanal 2024, formado pelo Ibama e ICMBio. “Com base nas informações do SCI Fogo, os focos de incêndio estavam a apenas quatro quilômetros da base, levando o comando a recomendar pela evacuação imediata dos animais”, explicou a veterinária do Ibama, Marília Gama.

    A partir da articulação interinstitucional entre a equipe do SCI Fauna e Sema/MT, foram transferidos quatro animais: um tamanduá, um veado, uma anta e uma onça-parda. Os três primeiros, que haviam sido resgatados anteriormente de incêndios e apresentavam ferimentos nas patas, foram encaminhados para o Posto de Atendimento Emergencial de Animais Silvestres (PAEAS), situada na entrada da Transpantaneira. A onça, recebida ainda filhote, está em processo de reabilitação para futura soltura e será acolhida pelo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres do estado do Mato Grosso do Sul (Cras/MS), onde continuará a receber os cuidados essenciais.

    A proteção das estruturas da BAAP conta com o auxílio do Corpo de Bombeiros Militar do estado e das brigadas do ICMBio e Prevfogo/Ibama.

    Essa ação faz parte de um esforço contínuo de proteção à fauna do Pantanal, por meio da colaboração entre diferentes órgãos e entidades que atuam na conservação da biodiversidade. “Assim que a base estiver segura novamente, os animais retornarão. Após o cuidado de saúde e reabilitação, eles poderão voltar para o seu habitat”, ressaltou Marília Gama.


    FONTE: Assessoria de Comunicação do Ibama

    quinta-feira, 3 de outubro de 2024

    Ibama apresenta aplicativo de resgate de fauna em emergências ambientais



    Nova ferramenta será aliada na localização de animais silvestres durante incêndios florestais e em outras situações.

    Testando o aplicativo de resgate de fauna

    O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apresentou, nesse mês de setembro, o Aplicativo para Gestão de Emergências de Fauna (AGF) para resgate de animais silvestres durante emergências ambientais. A ferramenta foi desenvolvida pelo Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima) em conjunto com a Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo), do Instituto, e busca organizar a coleta de dados de diferentes espécies de fauna, além de permitir sua identificação por meio de fotos e outros mecanismos.

    A iniciativa está em uso inicialmente no Pantanal, sendo estratégica para o monitoramento e proteção da fauna e do bioma, com compartilhamento de informações em tempo real sobre avistamento, resgate e assistência a animais em situações de risco. De acordo com o analista ambiental do Cenima Watila Portela Machado, que desenvolveu o aplicativo, “a ferramenta é bastante valiosa para reforçar a resposta às emergências ambientais, contribuindo para a proteção da biodiversidade do Pantanal em um cenário cada vez mais desafiador, além de possibilitar a sistematização das informações sobre a fauna atingida”.

    Testando_Aplicativo_de_Resgate_de_Fauna
    Teste de aplicativo de resgate de fauna

    A apresentação do aplicativo ocorreu nas superintendências do Ibama nos estados de Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul nos dias 11 e 18 de setembro, durante reuniões que contaram com representantes de diversos setores, como da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) e de organizações não governamentais, como a Associação Matogrossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara) e o Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap). Os participantes puderam ver como a localização exata dos resgates e avistamentos é registrada, garantindo a prestação de assistência no local correto. “Essa ferramenta também possibilita uma avaliação rápida da condição dos animais e ainda registra o encaminhamento para abrigos, hospitais veterinários, centros de triagem ou para a soltura em seu habitat”, ressaltou Watila.

    Um olhar no futuro

    Gracicleide Braga, Coordenadora-Geral de Gestão, Uso Sustentável e Monitoramento da Biodiversidade Aquática de Fauna, destacou que o aplicativo não apenas ajuda nas operações atuais, mas também gera uma base de dados importante para planejar ações futuras e enfrentar eventos climáticos extremos. “Ao centralizar informações e integrar o trabalho de diversos órgãos e voluntários, a ferramenta reforça a proteção da fauna num momento em que a cooperação e a tecnologia são indispensáveis”, disse. Ela também lembra que o aplicativo permite que os usuários registrem avistamentos e resgates de fauna de maneira rápida, mesmo em áreas com baixa conectividade, já que os dados são sincronizados assim que a conexão à internet é restabelecida.

    Facilidade e agilidade em ações de resgate

    O AGF tem uma interface simples e intuitiva, pois é voltado para as equipes que atuam diretamente nas áreas atingidas, além da capacidade de identificar espécies com precisão, permitindo a inclusão de fotos e a marcação exata do local de resgate. Isso ajuda a garantir que a assistência seja oferecida onde for mais necessária, seja para levar os animais a abrigos especializados seja para soltá-los em seu habitat.

    As equipes do Ibama que atuam nos resgates de fauna podem registrar necessidades de suprimentos, equipamentos e pessoal, o que facilita a logística das operações. Isso torna a resposta às emergências mais coordenada e eficiente, algo fundamental em um cenário de crise como o visto no Pantanal. Com essa inovação, o Ibama dá um passo importante na defesa da biodiversidade da região ao demonstrar que a tecnologia pode ser uma grande aliada no combate às emergências ambientais e na preservação de um dos ecossistemas mais ricos e ameaçados do Brasil.


    FONTE: Assessoria de Comunicação do Ibama