Dentre os cereais cultivados no
Brasil, o milho é o mais expressivo, com 49,8 milhões de toneladas de grãos
produzidos em uma área de 14,12 milhões de hectares (Conab, 2009), produção
referente a duas safras, a normal e a safrinha. Por suas características
fisiológicas, a cultura do milho tem alto potencial produtivo, já tendo sido
obtidas produtividades superiores a 16 t por hectare em concursos de
produtividade de milho conduzidos por órgãos de assistência técnica e extensão
rural e por empresas produtoras de sementes. No entanto, o nível médio nacional
de produtividade é muito baixo (3 .532 kg/ha), demonstrando que os diferentes
sistemas de produção de milho deverão ser ainda bastante aprimorados para se
obter aumento na produtividade e na rentabilidade que a cultura pode
proporcionar.
Os plantios fora de época podem ser efetuados em muitas regiões, como é o caso do milho
safrinha. Para isto, o produtor tem de
entender um pouco da fisiologia do milho para saber como os fatores
climáticos afetam o desenvolvimento do milho e em que época
essas limitações mais afetam as produções.
O período de crescimento e
desenvolvimento é afetado pela umidade do solo, temperatura, radicação solar e
fotoperíodo. A época de plantio depende destes fatores, cujos limites extremos
são variáveis em cada região agroclimática. A época de semeadura mais adequada
é aquela que faz coincidir o período de floração com os dias mais longos do ano
e a etapa de enchimento de grãos com o período de temperaturas mais elevadas e
alta disponibilidade de radiação solar. Isto, considerando satisfeitas as
necessidades de água pela planta. Trabalho de pesquisa mostra que as épocas em
que o rendimento de grãos foram maiores e mais estáveis foram aquelas em que os
estádios de desenvolvimento de quatro folhas totalmente desenvolvidas e a
floração ocorrem sob boas condições de água no solo.
Nas condições tropicais, devido á
menor variação da temperatura e do comprimento do dia, a distribuição de chuvas
é que geralmente determina a melhor época de semeadura.
Segundo
EMBRAPA, (1997), a baixa temperatura retarda o processo de germinação e
o desenvolvimento
da plântula. Foi verificado que, em plantio no Rio Grande do Sul, o
período vegetativo diminui da média de 77 dias, quando o plantio é feito em
agosto, para 54 dias, quando o plantio é feito em dezembro, dada a soma das
unidades de calor. Os milhos precoces diminuem da média de 66 dias para 44, e
os tardios, de 86 para 57 dias.
Por
outro lado, em regiões quentes, de baixa latitude e próximas ao nível do mar, o
problema pode ser o oposto. Quando ocorre retardamento da semeadura, em relação
à época de plantio recomendada, pode ocorrer redução da produtividade. Isso
ocorre porque o florescimento da planta ocorre muito rapidamente, reduzindo a
capacidade produtiva. Assim, em épocas tardias de plantio, não se recomenda o
plantio de ciclos superprecoce e precoce.
A
profundidade de semeadura está condicionada aos fatores temperatura do solo,
umidade e tipo de solo. A semente deve ser colocada numa profundidade que
possibilite um bom contato com a umidade do solo. Entretanto, a maior ou menor
profundidade de semeadura vai depender do tipo de solo. Em solos mais pesados,
com drenagem deficiente ou com fatores que dificultam o alongamento do
mesocótilo, dificultando a emergência de plântulas, as sementes devem ser
colocadas entre 3 cm e 5 cm de profundidade. Já em solos mais leves ou
arenosos, as sementes podem ser colocadas mais profundas, entre 5 cm e 7 cm de
profundidade, para se beneficiarem do maior teor de umidade do solo.
No sistema
plantio direto, onde há sempre um acumulo de resíduos na superfície do solo,
especialmente em regiões mais frias, a cobertura morta retarda a emergência,
reduz o estande e, em alguns casos, pode até causar queda no rendimento de
grãos da lavoura, dependendo da profundidade em que a semente foi colocada.
Tem sido
também mencionado que os espaçamentos reduzidos permitem melhor distribuição da
palhada de milho sobre a superfície do solo, após a colheita, favorecendo o
sistema de plantio direto. Diversos trabalhos têm mostrado tendência de maiores
produções de grãos em espaçamentos mais estreitos (45 cm e 50 cm),
principalmente com os híbridos atuais, que são de porte mais baixo e
arquitetura mais ereta. Essa redução no espaçamento resulta também em maior
peso de grãos por espiga. Esse comportamento se deve ao fato de que os milhos
atuais possuírem características de porte mais baixo, melhor arquitetura foliar
e menor massa vegetal, o que permite cultivos mais adensados em espaçamentos
mais fechados. Devido a essas características, esses materiais exercem menores
índices de sombreamento e captam melhor a luz solar.
O plantio de
milho verão da safra 2018/2019 no Brasil atingiu 92,1% da área estimada de
4,120 milhões de hectares até o último dia 23 de novembro, segundo levantamento
realizado pela consultoria Safras & Mercado. Ainda segundo a
consultoria, no mesmo período do ano passado o plantio estava concluído em
88,3% da área estimada de 4,176 milhões de hectares.
No Rio Grande
do Sul, o plantio atingiu 99% da área estimada de 1,207 milhão
de hectares. Em Santa Catarina, o plantio alcança 96% da área prevista de
662 mil hectares. No Paraná o cultivo está concluído com na área estimada em 507
mil hectares. Em São Paulo o plantio chega a 98% da área prevista de
380 mil hectares. Em Mato Grosso do Sul, a semeadura alcança
99% da área estimada de 28 mil hectares. Em Goiás/DF o plantio está
concluído em 94% da área esperada de 276 mil hectares. Já
em Minas Gerais o cultivo foi finalizado em 77% da área de 979 mil
hectares. Em Mato Grosso os produtores cultivaram 93% da área prevista de 48
mil hectares.
A produção
brasileira de milho deverá totalizar 94,897 milhões de toneladas na temporada
2018/2019, com elevação de 18,6% sobre a safra anterior, de 80,031 milhões de
toneladas. Na estimativa anterior, de setembro, a previsão era de 94,189
milhões de toneladas.
Por:
Sândyla Brenda – Assessoria Jurídica
sandylaassessoriajuridica@gmail.com
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