terça-feira, 17 de junho de 2025

Operação contra exploração ilegal de madeira é deflagrada em Mato Grosso

 

Agentes do Ibama aplicaram multas de R$ 15 milhões, embargaram 1.500 hectares de terra e doaram o material apreendido à população.

Operação Metaverso do Ibama apreende madeira em Mato Grosso - Foto: divulgação/Ibama

 No início de junho, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrouem Mato Grosso, a operação Metaverso, com objetivo de desarticular esquemas de compra e venda fraudulentas de crédito em Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS). Essa é uma das formas que criminosos utilizam para “esquentar” madeira ilegal, ou seja, dar uma aparência de legalidade a um produto extraído de maneira irregularao se valer do uso de dispositivos oficiais de controle, como o Documento de Origem Florestal (DOF), válido em nível nacional, e o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora), que opera no estado mato-grossense. 

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Parte da madeira apreendida
Durante a ação fiscalizatória, foram apreendidacerca de 300 toras de madeira in naturacom valor estimado em mais de R$ 500 mil. O material foi doado à prefeitura de Colniza (MT) para obras de infraestrutura em estradas, contribuindo para a qualidade de vida da populaçãoA infração ambiental resultou na aplicação de mais de R$ 15 milhões em multas e no embargo de uma área de 1.500 hectares. 

A operação foi realizada no município de Colniza (MT)apontado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) como uma das jurisdições com maior desmatamento ilegal da Amazônia. desmatamento ilegal despeja madeira ilícita no mercado madeireiro, a qual necessita de créditos oriundos de PMFS ou de Plano de Exploração Florestal (PEF), para acobertamento e entrada na cadeia produtiva. 

Para evitar fraudes no processo de exploração de produtos e subprodutos florestais, são adotados sistemas informatizados, os quais devem ser integrados nos níveis municipal, estadual e federal. Nesse sentido, o Ibama, por ser responsável pela administração do sistema DOF, que possui interface com o Sisflora, de Mato Grosso, busca manter a segurança da base de dados e a fiscalização frequente, com o intuito de coibir possíveis fraudes na movimentação de créditos. 

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Agentes ambientais do Ibama no local da operação
No entanto, infelizmente, mesmo o DOF e o Sisflora/MT não estão imunes a ações criminosas, o que pode comprometer a rastreabilidade sobre a origem da madeira: se proveniente de manejo sustentável ou desmatamento autorizado, ou se de desmatamento ilegal, o qual atinge, inclusive, áreas protegidas, como unidades de conservação e terras indígenas. Por isso, o Ibama realiza ações fiscalizatórias frequentes, a fim de combater esse tipo de infração administrativa. 

Sistemas integrados 

Documento de Origem Florestal (DOF) é um documento público federal mantido e administrado pelo Ibamao qual é responsável pela fiscalização de sua origem, pelo fluxo e pelo transporte de produtos florestais, em conformidade com o previsto no Art. 7º da Lei Complementar nº 140/2011 e nos Artigos 35 e 36 da Lei nº 12.651/2012. 

Em 2025, o Supremo Tribunal Federal determinou que os sistemas dos estados e municípios da Amazônia Legal e do Pantanal façam a integração com o Sinaflor, sistema nacional gerido pelo Ibama, para emissão de autorizações de exploração da vegetação nativa. No caso de Mato Grosso, a interface ocorre entre os dados do DOF e do Sisflora. 

Esses dois sistemas funcionam como ferramentas contábeis que registram o fluxo dos créditos concedidos em autorizações de exploração florestal, desde o lançamento do volume inicial, no local de extração do produto florestal ou de entrada no país via importação, até o ponto de saída do fluxo, onde o material encontra seu consumo final ou deixa de ser objeto de controle florestal. 


FONTE: Assessoria de Comunicação Social do Ibama 

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