Os Tenetehára são os primeiros indígenas do Maranhão
a concluírem o etnomapeamento, essencial para a
conservação ambiental de suas terras.
Brasília (27/04/2018) – Lideranças da tribo Tenetehára
se reuniram nessa quinta-feira (26), em Brasília,
com técnicos do Ministério do Meio Ambiente (MMA)
para apresentar o Plano de Gestão Territorial e Ambiental
para a terra indígena Caru, no Maranhão. O etnomapeamento
da área demarcada de 172 mil hectares no município de Bom Jardim,
habitada pela etnia, é resultado de chamada pública realizada
em 2016 com recursos do Ministério do Meio Ambiente.
O trabalho realizado pela Associação Wirazul, composta por
membros da tribo, é um instrumento de gestão ambiental e
territorial, onde os próprios indígenas definem o uso dos
recursos naturais e as medidas de conservação ambiental.
Para Rodrigo Lima Medeiros, da coordenação de Agroextrativismo
do Ministério, o Plano de Gestão contribui para melhoria da
qualidade de vida dos povos indígenas.
“São regras de convivência entre eles e sua
relação com o território”, explica.
A Terra Indígena Caru é próxima da Reserva
Biológica Gurupi, extensa área do bioma Amazônia.
É prioridade, estabelecida pelo MMA, que a região onde está
situada seja transformada em um mosaico de áreas
protegidas. Entendimentos nesse sentido vêm sendo mantidos
pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio) junto às comunidades da região. Além delas,
fariam parte do arranjo, as terras indígenas Awa e Alto Turiassu.
O projeto contempla a conservação da vegetação nativa
do bioma e várias espécies da fauna e da flora, algumas
em risco de extinção.
POLÍTICA NACIONAL
A chamada pública, realizada no âmbito da Política Nacional
de Gestão da Terras Indígenas (PNGATI), contemplou
ainda quatro outros projetos, que estão em fase de conclusão.
O objetivo fundamental da política, instituída pelo
governo federal, é estimular os povos indígenas a
protagonizarem a gestão do próprio território.
Para a conservação do meio ambiente,
os indígenas são considerados parceiros estratégicos.
Por viverem na terra e compartilharem suas tradições,
eles acabam atuando como agentes ambientais.
“Protegem a terra contra a invasão de madeireiros,
garimpeiros e caçadores e ajudam a combater o
desmatamento ilegal”, conclui Rodrigo Medeiros.
Por: Paulenir Constâncio/ Ascom MMA
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