Por: Pauleinir Constâncio – Edição: Marco Moreira
O manejo florestal representa renda adicional que está
mudando a vida
de mil famílias no semiárido nordestino e reduzindo
a pressão do
a pressão do
desmatamento sobre os processos de desertificação.
Na Serra do Araripe,
Na Serra do Araripe,
região entre os estados do Ceará, Pernambuco e Paraíba,
em pouco menos
em pouco menos
de três anos pequenos produtores rurais e assentados do
Instituto
Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) viram
sua renda familiar
sua renda familiar
mais que dobrar com a venda de lenha sustentável para
as indústrias
as indústrias
de cerâmica e gesso.
É o que conta Antônio Esmero do Nascimento, 54 anos,
É o que conta Antônio Esmero do Nascimento, 54 anos,
pai de 14 filhos radicado na Fazenda Barra Grande,
uma gleba de 8 mil hectares, dos quais 2 mil estão em
regime
regime
de manejo por 20 anos. Natural de Jardim, no sertão
pernambucano,
pernambucano,
ele migrou para o assentamento em Jati, no Ceará,
para trabalhar
para trabalhar
no Plano de Manejo Florestal Comunitário
Sustentável da Caatinga.
OVELHAS
Antônio, que sempre viveu do trabalho na roça,
Sustentável da Caatinga.
OVELHAS
Antônio, que sempre viveu do trabalho na roça,
diz que a nova fonte de renda já permitiu com que
comprasse
comprasse
quatro cabeças de gado. “Agora posso tirar um leite
para dar a uma criança”, conta com alegria. Ele está
começando
começando
também uma criação de ovelhas “devagarinho”. Por dia,
chega a cortar até 3 m3 de lenha, bem acima da média per
capita local.
capita local.
“E com a orientação do jeito certo de cortar,
pode ver que o mato
pode ver que o mato
já tem mais de um metro em menos de oito meses”,
explica.
Dos filhos de Antônio, os três mais velhos migraram
para São Paulo,
explica.
Dos filhos de Antônio, os três mais velhos migraram
para São Paulo,
mas os pequenos vivem com o ele.
“Antes a gente acordava os meninos
“Antes a gente acordava os meninos
para trabalharem na roça – era assim no tempo
do meu pai
do meu pai
– mai hoje é para ir à escola”, diz o agricultor que é
beneficiário
beneficiário
de outros programas do Governo Federal e tem ônibus
escolar
escolar
na porta para percorrer os 20 Km entre o assentamento
e a sala de aula.
e a sala de aula.
Ele relata que “trabalhava na meia”
nas terras dos outros e o que
nas terras dos outros e o que
“tirava” era só para a subsistência. Agora,
explica, sempre sobra um
explica, sempre sobra um
pouco com a renda da lenha. Não revela quanto é,
mas abre o sorriso
mas abre o sorriso
quando fala do assunto.
VINTE ANOS
Em Baixa Grande a área de manejo florestal foi
dividida em 19 pedaços
VINTE ANOS
Em Baixa Grande a área de manejo florestal foi
dividida em 19 pedaços
a serem cortados anualmente. O primeiro foi concluído
e deu mais lenha
e deu mais lenha
que a absorvida pelo mercado. Só volta a ser cortado
daqui a 20 anos.
daqui a 20 anos.
A regeneração esperada é de 100%. O diretor do
Departamento de
Departamento de
Combate à Desertificação, Francisco Campello,
afirma existirem estudos que apontam até para o
enriquecimento da biodiversidade, já que espécies
quase extintas na área manejada reaparecem.
Mas os assentados na Serra do Araripe ainda enfrentam
problemas
Mas os assentados na Serra do Araripe ainda enfrentam
problemas
para colocar o produto no mercado. Pela legislação,
só podem vender
só podem vender
para comprador legalizado, trabalhando dentro
da proposta de
da proposta de
sustentabilidade estabelecida em
licenciamento ambiental.
licenciamento ambiental.
Caso não retire toda a lenha anualmente,
para explorar todo o restante
para explorar todo o restante
da área precisam nova licença dos órgãos ambientais.
O manejo florestal comunitário é parte da estratégia do
O manejo florestal comunitário é parte da estratégia do
Ministério do Meio Ambiente para o
combate à desertificação
combate à desertificação
e convivência com a semiaridez.
Os programas têm como
Os programas têm como
foco a promoção do desenvolvimento
com sustentabilidade
com sustentabilidade
e conservação da paisagem da Caatinga.
As ações previstas promovem a geração de
renda e inclusão social,
renda e inclusão social,
seguranças hídrica, energética e
alimentar dos rebanhos,
alimentar dos rebanhos,
conservando a biodiversidade.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) -
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) -
Telefone: 61.2028 1227
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