Em 2 de agosto, Rio de Janeiro sedia edição brasileira
do Diálogo Talanoa, iniciativa global para garantir avanços
no combate à mudança do clima.
Brasília – A sociedade brasileira participará de uma rodada de
discussões sobre as ações nacionais para conter a mudança do
clima e os prejuízos associados, como secas e enchentes.
Em 2 de agosto, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro
sediará a edição brasileira do Diálogo Talanoa, uma plataforma
internacional para incentivar as nações signatárias da Convenção
do Clima a reforçar a ambição das ações para frear
o aquecimento global.
Governo, sociedade civil, iniciativa privada e pesquisadores
participarão do evento. "É um diálogo para a construção de
consensos, sobre o que cada setor tem para contribuir
positivamente", explica o secretário de Mudança do Clima
e Florestas do MMA, Thiago Mendes. Os resultados do debate
servirão para embasar a atuação brasileira na 24ª Conferência
das Partes (COP 24) sobre mudança do clima, que ocorrerá
em dezembro, na Polônia.
Ações que reforçam a liderança brasileira na agenda
climática serão discutidas no encontro. Entre elas,
estão o Programa de Conversão de Multas, que permite
a aplicação de recursos em serviços ambientais, e a moratória da soja,
um pacto entre governo e setor produtivo para impedir a
comercialização do grão proveniente de áreas desmatadas da
Amazônia. "São medidas que deram certo para motivar o país",
afirma Thiago.
Os resultados brasileiros na agenda climática e o engajamento
em medidas para aumentar a ambição do país, como a
realização do Diálogo Talanoa, são avaliados como positivos
pela comunidade internacional. Em viagem oficial do ministro
do Meio Ambiente, Edson Duarte, à Europa na última semana,
representantes dos governos da Bélgica, da Noruega e da
Alemanha e da sociedade civil destacaram o protagonismo
brasileiro na pauta ambiental.
EXPERIÊNCIAS
Uma das populações mais ameaçadas pela mudança do clima
por conta do aumento do nível dos oceanos, os povos de Fiji
cultivam um antigo hábito de contar histórias e trocar experiências,
conhecido, entre eles, como Talanoa. Diante da vulnerabilidade
do país formado por um conjunto de ilhas no Pacífico,
o Governo de Fiji foi escolhido para presidir a última Conferência do Clima,
a COP 23, que ocorreu em novembro de 2017, na Alemanha.
Na Conferência, a presidência fijiana introduziu o Diálogo
Talanoa, inspirado na tradição ancestral de compartilhamento de
experiências. A ideia é que cada país faça uma rodada de discussões
sobre o assunto em ambiente doméstico até a COP 24, no fim do ano,
quando o processo será concluído. Em declaração conjunta,
o grupo BASIC - formado por Brasil, África do Sul, Índia e China -
reiterou a intenção de realizar o Diálogo Talanoa em seus territórios.
A iniciativa busca estabilidade e inclusão voltada para o atingimento
das metas para conter a mudança do clima. O Diálogo Talanoa
foca o período que antecede o ano de 2020, quando começará
a valer o Acordo de Paris, um pacto global para limitar o aumento
da temperatura média global a bem abaixo de 2°C e o mais perto
possível de 1.5°C. "É uma discussão ampla de ambição para
a ação climática", resume o secretário Thiago Mendes.
SAIBA MAIS
Concluído em dezembro de 2015, na COP 21, o Acordo de
Paris é um esforço mundial para "manter o aumento da temperatura
média global bem abaixo dos 2 °C acima dos níveis pré-industriais
e buscar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C".
Para isso, cada país apresentou sua meta de corte de emissões,
conhecida como Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC).
A meta brasileira é reduzir 37% das emissões de gases de efeito
estufa até 2025, com indicativo de cortar 43% até 2030 - ambos em
comparação a 2005. Como forma de alcançar o objetivo, a NDC brasileira
propõe, entre outras coisas, restaurar e reflorestar 12 milhões
de hectares de florestas e aumentar a participação de bioenergia
sustentável na matriz energética brasileira.
Por: Lucas Tolentino/ Ascom MMA
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA)
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