segunda-feira, 11 de julho de 2016

O voo da Jacutinga pela Serra da Mantiqueira


Alecsandra Tassoni/ Projeto Jacutinga  
Jacuntiga: espécie em perigo







Ave ameaçada de desaparecer volta para
 a natureza após passar por readaptação,
 aprendendo a caçar, voar e reconhecer predadores.

LUCIENE DE ASSIS
Nove jacutingas (Aburria jacutinga), espécie nativa da Mata 
Atlântica e ameaçada de extinção, acabam de ser soltas na
 parte paulista da região montanhosa da Serra da Mantiqueira.
 A iniciativa faz parte do Projeto Jacutinga, que tem o
 apoio da Área de Proteção ambiental (APA) Mananciais
 do Rio Paraíba do Sul, localizada em São Paulo e administrada
 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação 
da Biodiversidade (ICMBio).

As aves são monitoradas por transmissores conectados
 a satélites, pela idas dos biólogos a campo e pela
 colaboração dos habitantes do local, incentivados
 à prática da observação de aves. O Projeto Jacutinga,
 coordenado pela Associação para Conservação
 das Aves do Brasil (Save Brasil), parceira do
 ICMBio nesta iniciativa, começou depois de constatada
 a alarmante situação de risco ameaçando o animal.
RECUPERAÇÃO
Muito parecida com uma galinha de tamanho avantajado,
 a espécie é considerada Criticamente Ameaçada (CR)
 de extinção, de acordo com a lista de animais ameaçados
 no estado de São Paulo, e classificada na categoria
 Em Perigo (EN) pela Lista Nacional de Espécies Ameaçadas
 de Extinção, divulgada em dezembro de 2014 pelo Ministério
 do Meio Ambiente (MMA). A ave é vítima da caça e das
 constantes pressões sobre seu habitat, especialmente na
 região do Parque Estadual da Serra do Mar (SP).
Esse fato deu início, em 2010, ao Programa de 
Conservação de Aves Cinegéticas da Mata Atlântica:
 Reintrodução e Monitoramento de Jacutingas,
 favorecendo o retorno dos animais à natureza. E,
 em breve, um outro grupo de oito aves passarão a viver
 nas matas da Serra do Mar. Elas já está nos recintos de
 readaptação da APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul,
 distrito de São Francisco Xavier, interior de São Paulo,
 onde permanecerão por cerca de três meses até estarem
 prontas para a vida selvagem.





AMEAÇAS
De acordo com a coordenadora do Projeto Jacutinga,
 Alecsandra Tassoni, responsável pelo processo de
 readaptação e monitoramento dos animais devolvidas
 à natureza, as aves cinegéticas (aquelas visadas
 pela caça esportiva), como os mutuns, jacus e a própria
 jacutingas, fazem parte dos grupos de aves tropicais
 mais perseguidos por caçadores. “Elas também são
 boas indicadoras de distúrbios ambientais e da
 qualidade do hábitat, podendo ser um excelente 
grupo para programas de monitoramento e engajamento 
da comunidade na conservação da natureza, através da
 educação e da disseminação de informações”,
 afirma Alecsandra.
Muitas espécies nesses grupos se encontram globalmente
 ou regionalmente ameaçadas, como é o caso da jacutinga,
 que já foi eliminada de grande parte de sua área de
 distribuição original. É o que mostram os resultados 
dos censos realizados em 2010, durante a implementação
 do Programa de Conservação de Aves Cinegéticas da Mata 
Atlântica na região da Serra do Mar, confirmando a raridade
 da espécie nesse local.
A bióloga e chefe da APA Mananciais do Rio Paraíba do Sul,
 Letícia Brandão, explica que a ave já foi eliminada de grande
 parte de sua área de distribuição original, a Mata Atlântica,
 na área que vai deste a Bahia até o Rio Grande do Sul.
 “Agora, existem poucos animais nas mata de Minas Gerais,
 São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”,
 lamenta Letícia.
PRÊMIO
E foi visando premiar iniciativas conservacionistas como esta
 do Projeto Jacutinga que o MMA lançou a segunda edição
 do Prêmio Nacional da Biodiversidade, que já está com
 inscrições abertas até o dia 22 de outubro deste ano.
 A premiação reconhece ações e projetos que se destacam
 pela conservação das espécies da fauna e da flora brasileira.
 A cerimônia de premiação está prevista para 22 de maio de 2017.
Para o secretário substituto de Biodiversidade e Florestas do MMA, 
Ugo Vercillo, esta ação é de suma relevância para a
 recuperação da jacutinga, ave encontrada, também,
 em áreas do Paraguai e da Argentina. “Somente atuando
 de forma a reduzir as ameaças, proteger o habitat e
 recuperar as populações é que conseguiremos
 evitar a extinção de espécies", alerta ele.

Fotos: Alecsandra Tassoni/ Projeto Jacutinga

Edição: Alethea Muniz
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA):

Ministro recebe propostas para a reciclagem


















Em encontro com a Frente Parlamentar em Defesa
 da Cadeia Produtiva, Sarney Filho afirma que o
 desenvolvimento do setor está entre as prioridades.


DA REDAÇÃO
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, recebeu nesta
 quarta-feira (6/7), o coordenador da Frente Parlamentar
em Defesa da Cadeia Produtiva da Reciclagem, deputado
 Carlos Gomes (PRB/RS). A audiência ocorreu na liderança
do governo no Congresso Nacional, onde o ministro
 cumpre agenda semanal de audiências, e contou
com a presença do secretário de Recursos Hídricos e
 Ambiente Urbano do MMA, Ricardo Soavinski.
Na ocasião Carlos Gomes apresentou documento elaborado
 pela Frente Parlamentar, que lista oito caminhos para o
 desenvolvimento do setor no Brasil. Gomes ressaltou
 que as propostas foram construídas por meio da articulação
 e do debate com todos os atores da área.
“Nosso objetivo é garantir incentivos fiscais à cadeia para que
 ela desenvolva todo o seu potencial econômico, uma vez que,
 atualmente, o setor movimenta R$ 12 bilhões por ano,
 ao reciclar apenas 3% das 78,6 milhões de toneladas
 de resíduos sólidos que geramos anualmente”, argumentou
 o parlamentar.
Sarney Filho destacou que a gestão de resíduos sólidos é
 uma das prioridades da Pasta. “A mesma importância que
 o Ministério do Meio Ambiente trata a questão dos
 recursos hídricos, também tratará a questão dos
 resíduos sólidos. Abriremos uma frente de trabalho
 focada em incentivos ao setor”, afirmou o ministro.
Confira as propostas entregues ao
 ministro do Meio Ambiente:
1) A desoneração fiscal de toda a cadeia produtiva para
 aumentar a produção e baratear o preço dos artigos feitos
 a partir de material reciclado.
2) A execução de campanhas permanentes, em nível nacional,
 para a conscientização da população sobre o tema.
3) A descentralização das indústrias recicladoras, pois existem
 lugares onde determinados materiais não são reciclados
 porque as cooperativas não tem com quem comercializá-los.
4) A criação de linhas de crédito junto ao BNDES para
 cooperativas e indústrias.
5) A aposentadoria especial para catadores (a PEC 309).
6) A redução da taxa de importação para equipamentos a
 serem utilizados no processo de transformação de materiais
 reciclados em novos produtos.
7) A instalação da Reciclagem Popular, um projeto que
 visa a distribuição da riqueza, do poder e dos conhecimentos
 gerados a partir dos resíduos. O principal objetivo
 é combater a desigualdade nesta cadeia, fazendo com
 que os catadores participem de todas as etapas,
 desde a coleta até a industrialização.
8) E a criação de uma lei de incentivo à reciclagem.
 A ideia é conceber mecanismo semelhante às leis de
 incentivo à cultura e ao esporte, que permita a
 empresas interessadas em investir na estruturação
 de cooperativas e em projetos de gestão de
resíduos sólidos, a dedução desses valores, parcial
 ou integralmente, do Imposto de Renda.

Assessoria de comunicação Social (Ascom/MMA):