quarta-feira, 5 de abril de 2017

Ibama apreende 17,5 mil litros de agrotóxicos vencidos no oeste da BA



    Agentes do Ibama fiscalizam depósito localizado no oeste da Bahia
    Foto: Ibama
    Foto: Ibama
    Brasília (29/03/2017) – A etapa mais recente da Operação Ceres, realizada pelo Ibama para combater o uso irregular de agrotóxicos no oeste da Bahia, resultou na apreensão de 17,5 mil litros de agrotóxicos vencidos e 367,4 kg de produtos em desacordo com o Decreto 4.074/2002. As multas aplicadas totalizam cerca de R$ 1 milhão.
    Após investigação, uma equipe do Ibama fiscalizou diversas propriedades rurais da região e encontrou produtos vencidos e em desacordo com as normas de segurança. O uso de agrotóxicos irregulares é infração prevista na Lei 9.605/98 e pode trazer danos irreversíveis a para a saúde pública, além de consequências graves para o meio ambiente, contaminando solo, ar e recursos hídricos.
    "A aplicação de agrotóxicos deve ser orientada por um receituário agronômico. Quem emite receita é tão responsável quanto o produtor rural pelo uso de produtos ilegais, que podem ter efeitos devastadores para o meio ambiente, para a saúde humana e para a agricultura”, disse o chefe da Unidade Técnica do Ibama em Barreiras,  Zenildo Eduardo.
    O oeste da Bahia integra a região conhecida como Matopiba, área de aproximadamente 73 milhões de hectares que reúne 337 municípios e abrange o bioma Cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Segundo levantamento da Embrapa, existem cerca de 324 mil estabelecimentos agrícolas na região.

    Assessoria de Comunicação do Ibama
    imprensa@ibama.gov.br
    (61) 3316-1015

    Arara-azul-de-lear é devolvida ao Brasil


    Cláudia Brasileiro/ OpenBrasil
    Espécie é endêmica da Caatinga










    Animal traficado foi apreendido na Argentina e chega a
     Guarulhos (SP), nesta quarta-feira (5/4).
     Espécie está em perigo de extinção.

    RENATA MELIGA
    Uma arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), 
    apreendida na Argentina, retorna ao Brasil nesta quarta-feira (05/04),
     após acordo de repatriação que envolveu o Instituto Brasileiro
     do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
     Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
    (ICMBio), embaixadas e ministérios do Meio Ambiente 
    dos dois países. O animal foi apreendido no bairro de Flores, em
     Buenos Aires, em 2007.
    “É muito importante a gente ter esse intercâmbio com os países
     vizinhos para a conservação das espécies brasileiras ameaçadas.
     Essa é uma das iniciativas e um dos bons resultados que estamos
     tendo em função de outros trabalhos que temos acordado.
     Brasil e Argentina têm uma relação muito positiva na questão
     ambiental”, disse o secretário de Biodiversidade do Ministério do 
    Meio Ambiente (MMA), José Pedro de Oliveira Costa. 
    O diretor do Departamento de Conservação e Manejo de Espécies do MMA, 
    Ugo Vercillo, explica que o governo da Argentina entrou em contato com
     o Brasil para repatriá-lo. No entanto, foi necessário aguardar
     o julgamento do crime ambiental tramitar na justiça da Argentina
     para que a devolução pudesse ser concluída. Nesse período,
     a arara foi custodiada pela justiça no Zoológico de Buenos Aires. 
    “Essa repatriação é um marco. Ela demonstra o interesse e cooperação
     dos dois países para preservação e conservação da espécie”,
     destacou o diretor. 
    Vercillo informa, ainda, que Brasil e Argentina são signatários da
     Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da
     Flora e da Fauna Selvagens Ameaçadas de Extinção (Cites),
     que tem como objetivo controlar o comércio de fauna e
     flora silvestres. Para realizar o deslocamento internacional, 
    o Ibama emitiu uma licença Cites. 
    CHEGADA
    O animal chega ao Aeroporto Internacional de São Paulo,
     em Guarulhos, na manhã desta quarta-feira (05/04).
     Em seguida, será encaminhado para a Estação Quarentenária de
     Cananéia (EQC), do Ministério da Agricultura, Pecuária e
     Abastecimento (MAPA). Depois da quarentena, a arara-azul-de-lear
     segue para o criadouro científico Fazenda Cachoeira, em
     Minas Gerais (MG). 
    A quarentena é obrigatória para todas as aves que chegam 
    ao Brasil, para evitar a entrada de doenças no país. Nesse 
    período, os animais ficam isolados e passam por acompanhamento
     clínico e testes laboratoriais. 
    Segundo a coordenadora do Centro Nacional de Pesquisa e
     Conservação de Aves Silvestres (Cemave/ICMBio), Priscilla
     Prudente do Amaral, “esse indivíduo, em especial, é um macho
     de natureza, muito importante para o plantel. Com sua chegada
     ao Brasil, poderemos pareá-lo com uma fêmea de natureza. 
    Será realizado um agrupamento entre esse macho e três fêmeas,
     para que que o casal se forme naturalmente, aumentando assim
     as chances de reprodução”. 
    ARARA AZUL 
    O Brasil conta atualmente com uma população de 1.358 araras
    -azuis-de-lear na natureza. Endêmica da Caatinga, na região
     conhecida como Raso da Catarina, no nordeste da Bahia,
     a ave está em perigo de extinção. 
    O Cemave é responsável pela Coordenação do Plano de
     Ação Nacional (PAN) para a conservação da arara-azul-de-lear
     e pelo Programa de Cativeiro, que tem como objetivo o manejo
     das aves para o aumento da população cativa. “O PAN identificou
     como principal ameaça a esses animais a perda de habitat e
     recursos, especialmente da palmeira licuri, principal alimento da espécie.
     Esta ameaça é agravada pela retirada de aves da população nativa,
     tanto pelo tráfico de animais silvestres, quanto pelos conflitos
     com a população humana local”, explica a coordenadora do centro.
     Segundo ela, este ano o PAN completa um ciclo de cinco anos e
     será avaliado e reformulado. 
    PROGRAMA DE CATIVEIRO
    Atualmente, 14 instituições, em seis países, participam do Programa
     de Cativeiro: Brasil, Inglaterra, Espanha, Alemanha, República
     Checa e Catar. De acordo com Priscila Amaral, o plantel atual
     conta com 150 indivíduos e a população está em crescimento. 
    “Quase 60% das aves são nascidas em cativeiro, descendentes
     de oito casais oriundos de natureza", informa a coordenadora.
    Cinco instituições já reproduziram a espécie, sendo que quatro
     estão no Programa de Cativeiro: Fundação Parque Zoológico (Brasil),
     Al Wabra Wildlife Preservation - AWWP (Qatar), 
    Harewood House (Inglaterra), e Loro Parque Fundacción (Espanha).  
    O programa conta com apoio de especialistas nacionais e
     internacionais. Entre eles, a pesquisadora Cristina Yumi Miyaki,
     da Universidade de São Paulo (USP), e o curador de aves Juan
     Cornejo, do Jurong Bird Park, em Singapura.

    Assessoria de Comunicação Social do MMA: