sexta-feira, 17 de julho de 2020

Em sete dias, 32 serpentes são resgatadas pelo Ibama no DF

Multas a infratores somam mais de R$ 300 mil; tubarões também foram encontrados.
Crédito: Pablo Le RoyEm sete dias, 32 serpentes são resgatadas pelo Ibama no DF

A história inusitada de um jovem picado por uma naja no Distrito Federal, na semana passada, chamou a atenção do país. O caso desencadeou outras ocorrências após denúncias e até a sensibilização de pessoas que criavam cobras de forma ilegal a entregarem os animais voluntariamente. Desde quarta-feira, 8 de julho, 32 serpentes foram resgatadas pelo Ibama. Em ações integradas com as polícias do DF e órgão ambiental local, outros animais exóticos também foram localizados, como tubarões e lagartos.

Entenda as ocorrências:

Quarta, 8 de julho

Após o acidente com o estudante na terça-feira, 7, os órgãos ambientais e a polícia iniciaram as buscas pela naja. O amigo do jovem picado informou aos policiais que havia deixado o animal em uma área próxima a um shopping de Brasília. Encontrada, a serpente foi levada ao Zoológico.

Da espécie kaouthia, de origem dos continentes asiático e africano, a naja possui um dos venenos mais mortais do mundo. Como não é nativa do Brasil, o país não costuma produzir soro antiofídico de espécies exóticas.

Quinta, 9 de julho

Após denúncias, a Polícia Militar do Distrito Federal chegou a um haras, em Planaltina (DF), onde outras 16 cobras eram mantidas de maneira inadequada. Destas, dez eram exóticas, de origem norte-americana, e seis nativas da Amazônia e do cerrado.

O dono do espaço será multado em R$ 68 mil, aproximadamente, por dificultar a ação dos fiscais, maus-tratos e por manter animais nativos e exóticos sem autorização. Encaminhadas ao Zoológico, algumas apresentaram sinais de maus-tratos, como desidratação e machucados.

Como o fato mostrou ligação com o jovem picado pela naja, este também responderá pelas 16 cobras. Ao todo, o estudante será multado em mais de R$ 61 mil, por maus-tratos e por manter serpentes nativas e exóticos em cativeiro sem autorização.  A mãe e o padrasto também serão multados, em R$ 8500 reais cada, por terem dificultado a ação de resgate.

Ainda será multado pelo Ibama um amigo do estudante, em R$ 81.300 reais, por dificultar a ação do órgão, manter animais nativos e exóticos em locais inapropriados e sem autorização, além de maus-tratos.

Sexta, 10 de julho

O Ibama e a Polícia Civil do DF atuaram em outra ocorrência. Desta vez, em uma residência na região administrativa de Vicente Pires, onde estavam seis serpentes: duas jiboias arco-íris da caatinga, duas da espécie píton (Ásia) e duas jiboias de Madagascar (África). Agora, estão sob os cuidados do Zoológico de Brasília. No mesmo local, uma jiboia nativa do cerrado e um lagarto do tipo teiu foram encontrados, mas o dono apresentou a documentação dos animais.

O ambiente, onde todos os bichos foram encontrados, foi considerado inadequado. Por isso, o responsável foi multado por maus-tratos, no valor total de R$ 12 mil. Pelas serpentes mantidas de forma ilegal, o homem foi multado em mais R$ 27 mil. A casa ainda abrigava três tubarões do tipo bambu, espécie oriunda de países da Oceania, além de um peixe moreia. O Ibama aguarda a apresentação de documento sobre a origem deles nesta semana. Caso contrário, o responsável também será multado em R$ 2,6 mil reais por manter animal exótico sem autorização. 

Outro caso - Com a repercussão das apreensões dos últimos dias, um homem que criava em casa duas cobras peçonhentas, jararacuçu, da Mata Atlântica, e víbora-verde-de-Vogel (Ásia), entregou as serpentes espontaneamente ao Ibama. Os animais estão de quarentena no Zoológico.

Sábado, 11 de julho

O Ibama e a polícia foram até a residência do pai do amigo da vítima da naja, no Guará (DF), onde apreenderam uma jiboia arco-íris (que pertencia à vítima), peles de jiboia e de cobra surucucu, penas de arara canindé e carapaça de tatu. A investigação apontou que o homem tem participação nos fatos. As multas imputadas a ele vão chegar a R$ 33.500 reais.

No sábado também houve uma entrega voluntária de duas jiboias arco-íris, do cerrado brasileiro, duas cobras rat snakes, de origem norte-americana, e um lagarto gecko, oriundo do Oriente Médio ao Centro de Triagem e Reabilitação de Animais (Cetas-DF), do Ibama, Com exceção das jiboias, que serão devolvidas à natureza nos próximos dias, os demais ficarão sob a guarda provisória do órgão até a definição do destino.

Terça, 14 de julho

Uma mulher que criava uma cobra jiboia, em Samambaia (DF), decidiu entregá-la voluntariamente ao Ibama, que foi até à residência para buscar o animal. Ela não foi penalizada, já que entregou a serpente de forma espontânea.

No mesmo dia, o Ibama apoiou uma ação do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram), em uma casa na região de Sobradinho (DF). Foram apreendidos uma jiboia, um jabuti e um tigre d'água, todos foram levados ao Cetas. O responsável foi multado pelo órgão local.

Destinação

Os animais encaminhados ao Zoológico de Brasília passaram por exames clínicos e estão sob quarentena. Enquanto isso, o Ibama fará consulta a instituições habilitadas para verificar o interesse em recebê-los, a exemplo do Instituto Butantan (SP). Caso algum Zoológico que tenha serpentário queira a guarda das cobras, pode entrar em contato com o Ibama. O órgão reforça que não tem a intenção de sacrificar os animais.

 

FONTE: MMA / Ibama

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Após caso de naja, duas cobras são entregues voluntariamente ao Ibama

Órgão alerta para risco à saúde pública e ao próprio animal que é mantido em cativeiro sem autorização ou que entra no país ilegalmente

Crédito: Ascom IbamaApós caso de naja, duas cobras são entregues voluntariamente ao Ibama
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recebeu duas cobras filhotes hoje, 10 de julho, na sede do órgão, em Brasília-DF, após o criador ter se sensibilizado com o caso do estudante que foi picado nesta semana por uma naja kaouthia. Como a entrega foi espontânea, o responsável não será penalizado, o que é amparado pela legislação.
As serpentes, das espécies trimeresurus e jararacuçu, foram encaminhadas ao Zoológico de Brasília, onde passam por exames clínicos. Estas se somam a outras 17 que também estão sob os cuidados do local após terem sido encontradas pela Polícia Militar do Distrito Federal após denúncias. O Ibama fará uma consulta a instituições habilitadas, como o Instituto Butantan, que poderá mantê-las em caráter definitivo para pesquisas.
Quem mantém animais silvestres ou exóticos de forma irregular pode fazer a entrega voluntária ao Ibama em todas as unidades do país. A população também pode denunciar suspeitas de criação através da "Linha Verde", no telefone 0800-618080. O órgão chama a atenção para o risco de ter animais, como serpentes, em ambientes inapropriados, tanto para o bicho, quanto para as pesssoas.
Para manter cobras em residência, o interessado deve solicitar autorização junto ao órgão ambiental do estado no caso de espécies não venenosas. Cobras peçonhentas podem ser criadas apenas com fins comerciais, por instituições famacêuticas, ou com intuito de conservação, ou seja, quando o animal não pode voltar à natureza por diversos motivos, como ter sido vítima de maus-tratos.
Casos recentes
Nesta semana, outras 17 cobras foram encaminhadas por agentes do Ibama ao Zoológico de Brasília. Um dos casos é o da espécie naja kaouthia, que picou um estudante, o qual está hospitalizado devido aos efeitos do veneno, um dos mais fortes do mundo. A naja, apreendida na quarta-feira, não tem registro no Brasil e tem origem na Ásia e na África. O órgão lavrou uma multa de R$ 2 mil em nome do estudante por se tratar de animal que teve entrada não autorizada no país.
Já as 16 serpentes foram localizadas na quinta-feira em um sítio, também no DF. Entre as espécies estão corn snakes, jibóia, periquitamboias e cascavel- que supostamente teriam sofrido maus-tratos. O Ibama e a Polícia Civil do DF apuram o caso.

FONTE: MMA - Ministério do Meio Ambiente

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Contratações do crédito rural da safra 2019/2020 fecharam em R$ 225 bilhões

Segundo a SPA, apesar da pandemia, as contratações de crédito rural continuaram aumentando ao longo de 2020 até junho
credito rural iStock-1200709923.jpg
O desembolso do crédito rural do Plano Safra 2019/2020, no período de julho do ano passado a junho deste ano, alcançou R$ 191,8 bilhões, um aumento de 11% em relação ao período anterior. Somados aos recursos da fonte Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) referentes às aquisições de Cédulas de Produto Rural (CPRs) e às operações com agroindústrias, atingiram R$ 225 bilhões (+30%).
Embora previstos anualmente no Plano Safra, os valores da LCA passaram a ser contabilizados desde o mês passado no Sistema de Operações de Crédito Rural e do Proagro (Sicor) do Banco Central. A safra da temporada, 2018/2019 também não tinha essa informação. 
Do total aplicado dos recursos do crédito rural no consolidado dos 12 meses, R$ 107,48 bilhões (9%) foram destinados ao custeio, R$ 50,36 bilhões (19%) aos investimentos e R$ 10,9 bilhões (59%) para industrialização. Os financiamentos para comercialização tiveram redução de 10%, se situando em R$ 23,05 bilhões.
Os números fazem parte do Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2019/2020, divulgado nesta quarta-feira (8) pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 
"Apesar da pandemia do Coronavírus, as contratações de crédito rural continuaram aumentando ao longo de 2020 até junho, final da safra 2019/20", comentou o diretor de Crédito e Informação, Wilson Vaz de Araújo.
Nos financiamentos de custeio, a participação do Programa de Apoio ao Médio Produtor ( Pronamp) foi de 24% (R$ 25,8 bilhões), a do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) 13% (R$ 13,87 bilhões), e a dos demais produtores 64% (R$ 68,32 bilhões).
No que se refere ao total dos financiamentos de investimento, a participação do Pronamp foi de 5,3% (R$ 2,65 bilhões), a do Pronaf 26,5 % (R$ 13,35 bilhões) e a dos demais produtores 68,2% (R$ 34,35 bilhões).
Apesar da participação do Pronamp ter sido inferior à dos demais produtores, os médios produtores têm acesso também aos financiamentos de investimento, nos programas de investimento administrados pelo Mapa com recursos do BNDES.
Investimento
Os financiamentos realizados nos programas de investimento tiveram forte aumento nos últimos anos, e na safra 2019/20 a demanda por financiamento chegou a ser superior às disponibilidades de recursos para alguns desses programas, conforme explicação da SPA.
Dentre os programas se destacam o Pronamp (117%), o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro) (54%), o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) (36%) e o Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC) (29%).
LCA
As contratações de crédito rural com recursos da fonte LCA na safra 2019/2020 atingiram R$ 59,94 bilhões, incluindo as operações de crédito rural (R$ 26,74 bilhões) e as aquisições de CPR’s e as operações com agroindústrias (R$ 33,2 bilhões).
Os recursos desta fonte respondem por cerca de 27% do total das contratações de crédito rural, cuja contribuição para o funding do crédito rural resulta da política de diversificação das fontes de financiamento agropecuário, por meio da emissão dos títulos públicos do agronegócio.
Regiões
Na distribuição dos financiamentos por região, o Sul se destaca com 34%, seguido pelo Centro-Oeste com 26%, com ênfase nas operações de comercialização.
Em relação à participação dos agentes financeiros que operam com crédito rural, os bancos públicos e privados tiveram redução de um ponto percentual, se situando, respectivamente, em 54% e 26%, secundados pelos bancos cooperativos, que ampliaram sua participação, de 17% para 18%. No ranking dessas instituições, em termos de valor financiado, o Banco do Brasil manteve a 1ª posição, seguido pelo Sicredi, Bradesco e Bancoob. O Banco do Nordeste ocupa a 7ª posição, seguido pela Caixa.
As contratações de crédito agrícola foram de R$ 126,25 bilhões e as de crédito pecuário R$ 65,58 bilhões. Nos financiamentos por produto, os bovinos ocuparam a 1ª posição, seguidos da soja, do milho e do café. 
FONTE: MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

MMA lança novas funcionalidades no sistema que reúne informações de resíduos sólidos

Com a iniciativa, a rastreabilidade de resíduos sólidos passa a ser 100% digital; Iniciativa traz inovação, segurança, desburocratização e praticidade aos usuários.


     Na semana em que o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR) completa um ano, o Ministério do Meio Ambiente, em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes - ABETRE, lança duas importantes inovações para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos: o Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) e o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos. A iniciativa traz inovação, segurança, desburocratização e praticidade aos usuários.
 
   Além de eliminar o papel e a burocracia no transporte de resíduos, o Manifesto de Transporte de Resíduos, agora, totalmente digital, permite a sua rastreabilidade em todo o território nacional. A ferramenta aumenta a segurança para os geradores de resíduos, que passam a ter uma comprovação efetiva da destinação final ambientalmente adequada dos seus resíduos. Ao mesmo tempo, consolida informações mais precisas para o transportador, agiliza procedimentos de fiscalização e permite atendimento mais eficaz em caso de acidentes.
 
   O responsável pela destinação final passa a ter informações sobre a procedência dos resíduos e a atestar a destinação correta, encerrando um ciclo que protege, de forma desburocratizada e sem qualquer custo para os usuários, todos os elos da cadeia e o meio ambiente.
 
   Outra novidade e praticidade é a integração do Inventário de Resíduos com o MTR. As informações lançadas sobre as movimentações de resíduos serão automáticas e vão simplificar a declaração por parte dos usuários. “A Agenda Ambiental Urbana avança a passos largos. Nesse momento da pandemia, do confinamento das pessoas em casa, fica ainda mais evidente a necessidade de ter um ambiente saudável. É fundamental que as pessoas tenham, por um lado, o saneamento no Brasil e, por outro, a gestão adequada dos resíduos”, ressaltou o ministro Ricardo Salles.
 
O MTR e o Inventário, desenvolvidos sem nenhum custo para o Ministério do Meio Ambiente, são mais um avanço para um governo digital. As soluções tecnológicas são importantes ferramentas para os gestores municipais, estaduais e federais, pois permite a elaboração de relatórios gerenciais e de conformidade legal de geradores, transportadores e destinadores de resíduos.
 
   A consolidação de dados permitirá, pela primeira vez, a geração do Inventário Nacional de Resíduos Sólidos. A medida tira do papel mais um importante instrumento previsto em 2010 na Política Nacional de Resíduos Sólidos, com disponibilização de informações atualizadas para a sociedade sobre a situação de resíduos no país. Acesse, http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-280-de-29-de-junho-de-2020-264244199 , a portaria que regulamenta e institui o Manifesto de Transporte de Resíduos e o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos.
 
SINIR

   Lançado em junho do ano passado, o SINIR faz parte do Programa Lixão Zero. O sistema tem o objetivo de subsidiar estados, municípios e o DF na gestão ambientalmente adequada dos resíduos sólidos urbanos. A ferramenta coleta dados relativos aos serviços públicos e privados de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos e possibilita o monitoramento, a fiscalização, a avaliação da eficiência da gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos.