sexta-feira, 15 de março de 2024

Ibama e UnB celebram parceria inédita de organização do acervo documental do Instituto

 

Quantidade de documentos poderá ser reduzida em até 50%, seguindo normas legais.2024-03-15_Ibama_e_UnB_celebram_parceria_inedita_de_organizacao_do_acervo_documental_do_Instituto

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Universidade de Brasília (UnB) firmaram parceria que deu início a um projeto de gestão documental de todo o acervo do Instituto. Por meio do Termo de Execução Descentralizada (TED), a equipe multidisciplinar, formada por estudantes de diversos cursos da Universidade, realiza trabalho inédito de organização dos documentos históricos e administrativos da autarquia ambiental, com previsão de conclusão em três anos. A expectativa é, também, que o acervo documental seja reduzido em até 50%, com a conversão de todos os documentos físicos para o formato digital, conforme as normas legais.

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Alunos da UnB

O gerenciamento da organização dos documentos é realizado pelo curso de Arquivologia vinculado à Faculdade de Ciência da Informação da UnB. Somente na sede do Instituto, o arquivo de documentos equivale a 12km de papel, sem contar os documentos das superintendências estaduais. “Muita gente pede processos aqui e nós não conseguimos achar. Atingimos um nível elevado de problemas na questão de gestão documental”, reconhece Átila Martins Ribeiro, coordenador-geral de Administração da Diretoria de Planejamento, Administração e Logística (Diplan) do Ibama. Em razão disso, Ribeiro explica que foi necessário iniciar o mais rápido possível o processo de organização da massa documental. Ele relata que a escolha pelo curso de Arquivologia da instituição de ensino ocorreu a partir da observação de experiências positivas em trabalhos semelhantes realizados com o Ministério da Economia e com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Em contrapartida na parceria, a UnB, utiliza os recursos do TED para fazer, entre outras, pesquisa de extensão. Na prática, a Universidade coloca dezenas de estudantes dentro do Ibama, que serve como um laboratório de aprendizado. Orientados por profissionais, os universitários aprendem, na prática, o que farão depois de formados, dentro de sua área de atuação. Dividem o espaço nessa atividade também bolsistas de mestrado e doutorado do curso de Arquivologia.

Para o Ibama, além da conquista da gestão documental do seu acervo, também foi importante o fato da UnB entregar muito mais material por um preço muito inferior em relação aos praticados no mercado. As empresas privadas só iriam organizar o arquivo físico, enquanto a Universidade de Brasília vai disponibilizar nove produtos por pouco acima da metade do valor cobrado pela concorrência. O custo da parceria com a Universidade será de R$ 5,95 milhões.

As etapas

Pelo TED nº 1/2023, nome oficial do projeto, está sendo examinado o conteúdo de aproximadamente 100 mil caixas, que exigirão três anos de trabalho. Conheça as ações, metas e etapas:

Meta 1 – Gerenciamento: Nesta etapa são avaliados escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos, comunicação, riscos, aquisições e integração das atividades.

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Organização dos documentos do Ibama

Meta 2 – Diagnóstico: Desenvolvimento de um modelo de coleta, análise, processamento e disponibilização de dados sobre a realidade arquivística do Ibama.

Meta 3 – Instrumentos: Criação de modelos para elaboração/revisão de instrumentos arquivísticos.

Meta 4 – Tratamento: Desenvolver um modelo de tratamento técnico de documentos arquivísticos para a instituição.

Meta 5 – Política: Desenvolvimento de pesquisa para a construção de um modelo de política arquivística para o Instituto.

Meta 6 - Solução Tecnológica: Construção de banco de dados para otimizar e dar maior consistência à coleta de dados, à atualização e à recuperação das informações contidas nos conjuntos documentais.

Meta 7 - Governança de Dados Gerados: Criação de um protótipo de base de dados para estruturar e organizar os instrumentos, levantamentos e metodologias desenvolvidas nas etapas do projeto.

Meta 8 - Indicadores e Planejamento: Desenvolver indicadores específicos para monitorar e avaliar a eficiência, eficácia das atividades arquivísticas do Ibama, que servirá de base para construção do Plano de Gestão de Documentos e Arquivos (PGD).

Meta 9 - Plano de Digitalização: Elaboração de plano para digitalização de documentos para o Ibama, com base no acervo tratado.

Meta 10 - Oficinas de Capacitação: Para tornar os servidores/colaboradores da autarquia aptos para o tratamento da gestão de documentos arquivísticos na sede e nas unidades descentralizadas.

A ideia é reproduzir o que está sendo feito na sede do Ibama, em Brasília, nas superintendências estaduais do Instituto, para que façam contratos semelhantes com universidades locais unicamente para realizar a Meta 4, de tratamento, já que as demais etapas serão trabalhadas em nível nacional, de forma remota. O tratamento em si demanda contato físico com o acervo, atividade que está sendo feita pela UnB na sede do Instituto.

O tratamento da documentação implica em classificar todo o material. Isso significa separá-lo, segundo suas funções e atividades, de acordo com modelo elaborado pela UnB e aprovado pelo Ibama e pelo Arquivo Nacional, órgão do Sistema de Gestão de Documentos e Arquivos da administração pública federal do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Organizada a documentação, ela é indexada a um sistema para que o Instituto consiga recuperar todo o seu acervo. “É fundamental para a sociedade que se recupere essa documentação, mais ainda por seu cunho histórico.”, diz o arquivista Guilherme Marques, que, ao lado da colega Victoria Machado, coordena o trabalho, a frente de uma equipe de 38 pessoas, além de dois funcionários de apoio operacional.

Centro de Memória do Ibama

Segundo Átila Ribeiro, ponto positivo a partir da conclusão do trabalho é que haverá ferramentas para ser erguido um Centro de Memória do Ibama, que, por definição, tecnicamente é um equipamento cultural ou documental da organização, funcionando como um arquivo ampliado, algo que não existe hoje. Outro trunfo será ter à disposição todos os documentos físicos digitalizados, em vez de papel, o que facilitará a sua difusão.


FONTE: Assessoria de Comunicação do Ibama

segunda-feira, 4 de março de 2024

273 brigadistas federais combatem incêndios florestais em Roraima

 

Vinte brigadistas do Ibama chegaram à região neste sábado (2/3) para reforçar operação.

Brigadistas em operação de combate a incêndios florestais em Roraima. Foto: Ibama

Brigadistas em operação de combate a incêndios florestais em Roraima. Foto: Ibama

      Vinte brigadistas federais chegaram a Roraima neste sábado (2/3) para reforçar o combate aos incêndios florestais na região. Ao todo, 273 brigadistas do Ibama e do ICMBio participam da operação, apoiados por quatro aeronaves.

         Em Roraima, a estação seca ocorre no início do ano, mas o crescimento do número de focos desde janeiro é anormal, em razão da estiagem prolongada, intensificada pela mudança do clima e pelo fenômeno El Niño. A região enfrenta uma das piores estiagens das últimas duas décadas.

       No Chile e na Colômbia, incêndios florestais também foram agravados pela anomalia climática.

         Em Roraima, foram registrados 2.661 focos de incêndio nos meses de janeiro e fevereiro, aumento de 441% em comparação com o mesmo período de 2023, segundo o Programa Queimadas, do Inpe. O Estado concentra 51% dos focos registrados na Amazônia neste início de ano. 

     Pelo menos 60% dos focos ocorrem em áreas privadas, onde os órgãos estaduais são os principais responsáveis pelo combate. O governo federal atua prioritariamente em áreas federais, como Terras Indígenas e Unidades de Conservação.

    As brigadas do Ibama, formadas principalmente por indígenas, foram contratadas em setembro de 2023 para realizar atividades de prevenção em Roraima.

     Os brigadistas do Ibama atuam prioritariamente nas Terras Indígenas Yanomami, São Marcos, Serra da Moça, Raposa Serra do Sol, Pedra Branca, Araçá, Malacacheta, Tabalascada, Canauanim, Aningal, Anarú, Ponta da Serra e Truarú.

Já os do ICMBio concentram-se na Floresta Nacional de Roraima e no Parque Nacional do Viruá. 

Ao todo, Ibama e ICMBio atuam com 312 servidores no Estado, incluindo brigadistas, responsáveis por suporte operacional, pilotos, copilotos e assistência técnica. 

“Os incêndios são uma combinação terrível do El Niño, que é um evento natural, com incêndios criminosos e a mudança do clima”, afirmou a ministra Marina Silva durante a inauguração da Casa de Governo, em Boa Vista, na última quinta-feira (29/2). “Por isso, a ação conjunta para conter desmatamento e conter queimadas é fundamental.”

Desde 24 de janeiro há uma sala de situação com representantes do Estado e do governo federal para analisar, monitorar e coordenar o combate. A ação conjunta ocorre por meio do Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman), que reúne mais de dez órgãos federais. 

A ministra Marina Silva viajará ao Acre na segunda-feira (4/3) com o ministro Waldez Góes para avaliar a catástrofe socioambiental causada pelas fortes chuvas no Estado.

Na terça, participará de reunião com o governador de Roraima, Antonio Denarium, e equipes do Ibama, do ICMBio e de outros órgãos federais na sede do Prevfogo, em Brasília, sobre o combate aos incêndios no Estado.


FONTE: MMA - Ministério do Meio Ambiente