terça-feira, 30 de outubro de 2018

Gestão da água no Brasil é destaque na China


Em fórum na China, secretário do MMA destaca ações do governo brasileiro para garantir os vários usos dos recursos hídricos no país.

 A demanda pelo uso da água no Brasil cresceu 80% nas últimas duas décadas. E a previsão é que aumente em 30% até 2030. Resultado do progresso econômico e do processo de urbanização do país, esse quadro pode ser agravado pela mudança do clima.
               O alerta foi feito pelo secretário de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Jair Tannús, ao apresentar as estratégias brasileiras de gestão da água, em especial nas bacias dos rios Amazonas e São Francisco, durante o Fórum dos Grandes Rios 2018, que termina nesta terça-feira (30), em Wuhan, na China.
               Tannús explicou que, para garantir um melhor planejamento da gestão da água, o Brasil é dividido em 12 regiões hidrográficas, definidas em 2003 pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), órgão consultivo e regulador do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH).
               Segundo ele, o país detém 12% da água doce do mundo, mas esse recurso é distribuído de forma desigual no território nacional. Além disso, problemas de qualidade da água associados ao uso crescente das bacias hidrográficas pelas atividades econômicas geram conflitos que exigem soluções por parte do governo.

AMAZÔNIA
 A região amazônica, segundo ele, é a que tem menos problemas. A bacia hidrográfica do rio Amazonas é a maior reserva de água doce do país. Abrange 73,6% dos recursos hídricos superficiais nacionais e 1/6 do total de água doce dos rios lançados nos oceanos do mundo.
               Além disso, a Amazônia é responsável pelos chamados “rios voadores”, correntes de ar que trazem vapor de água da floresta, na zona equatorial da América do Sul, até o norte da Argentina.
               Os “rios voadores”, de acordo com ele, contribuem para o regime de chuvas de parte do território brasileiro, mais especificamente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. “A quantidade de água transportada pelos ‘rios voadores’ pode ser equivalente ou até maior que os recursos hídricos superficiais disponíveis na região da própria Amazônia”, garantiu.

NORDESTE
 Já a região Nordeste do Brasil, afirmou o secretário, sofre com a escassez de água. Nesse aspecto, o rio São Francisco, que corre em grande parte pelos estados nordestinos, cumpre importante papel no desenvolvimento sustentável da região.
               O São Francisco tem, ainda, destaque na cultura e no folclore regionais. “Essa história é celebrada em canções, lendas e lembranças baseadas nas carrancas, uma espécie de escultura de madeira colocada na proa dos barcos, destinada a afugentar os demônios”, contou o secretário.
               Ainda sobre o Nordeste, Tannús fez questão de ressaltar o Programa Água Doce (PAD), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, que promove o uso sustentável dos recursos hídricos subterrâneos e fornece água potável, por meio da dessalinização, para consumo humano em comunidades difusas do Semiárido brasileiro.

REVITALIZAÇÃO
 O secretário discorreu ainda sobre o Programa Nacional de Revitalização de Bacias Hidrográficas. O programa busca implementar um conjunto de ações integradas voltadas à preservação, conservação e recuperação de bacias com o objetivo de promover maior disponibilidade de água em quantidade e qualidade para os diversos usos.
               Um dos instrumentos que possibilita a revitalização das bacias hidrográficas, frisou ele, é o zoneamento ecológico e econômico. Para a Amazônia Legal, o Macrozoneamento Ecológico-Econômico (MacroZEE) foi elaborado por meio de um amplo processo de discussão com representantes de diversos segmentos da sociedade civil, notadamente movimentos sociais agroindustriais, industriais, rurais, povos e comunidades tradicionais, acadêmicos e ONGs socioambientais.
               Já o Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco foi definido em macrozonas e zonas, contendo as diretrizes de ação para a apropriação dos recursos naturais da bacia por todos os segmentos sociais que vivem na região.
O secretário informou, ainda, que a gestão da água no Brasil é feita, atualmente, com base na Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), definida na Lei das Águas, de 1997. “Essa política estruturou, dirigiu e modernizou a gestão de recursos hídricos, produzindo avanços significativos na área”, concluiu ele.

O FÓRUM

               O Fórum Grandes Rios 2018 é organizado pelo governo municipal de Wuhan, na China, e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), por meio do seu escritório em Pequim. Tem como tema "Grandes Civilizações dos Rios – Desenvolvimento de Alta Qualidade para um Futuro Sustentável".
               Os debates concentram-se em três eixos: “Grande Civilização Fluvial: Preservar e deixar evoluir seu patrimônio natural e cultural”; “Museus da Água e Civilizações dos Grandes Rios - Patrimônio, Memória e Senso de Lugar”; e “Desenvolvimento urbano ao longo de grandes rios – reconectando a cidade com o rio”. 
               Desde o início do fórum, aberto no domingo (28), delegados e convidados de diversas partes do mundo debatem assuntos ligados ao desenvolvimento sustentável, cultura e ecologia das bacias dos grandes rios de seus países, tendo como parâmetro o desenvolvimento das comunidades ribeirinhas e a prosperidade das cidades nessas áreas.

 Na sessão de encerramento, nesta terça (30), eles deverão aprovar uma nova versão da Declaração do Fórum dos Grandes Rios. Além do secretário Jair Tannús, a delegação brasileira conta com a participação do diretor-substituto de Revitalização de Bacias Hidrográficas e Acesso a Água do MMA, Henrique Veiga.



Por: Ascom MMA (Ministério do Meio Ambiente)

Sândyla Brenda – Assessoria Jurídica – Inama


quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Parque dos Lençóis Maranhenses é candidato a patrimônio mundial.



Candidatura ao título da Unesco foi assinada pelo ministro do Meio Ambiente. Região abriga rara beleza natural e espécies importantes, critérios exigidos para o reconhecimento internacional.

O governo brasileiro encaminhou à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o dossiê de candidatura do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses ao título de Sítio do Patrimônio Mundial Natural da Unesco. Nesta terça-feira (23), o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, assinou o dossiê impresso, que será enviado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) à sede da Unesco em Paris. Os documentos em formato eletrônico já foram encaminhados anteriormente.
O ministro destacou a importância da candidatura para a conservação ambiental local. “Encaminhamos a candidatura do Parque dos Lençóis Maranhenses para a Unesco com a certeza de obter o reconhecimento internacional. Com sua beleza excepcional e características únicas, que mantém rica biodiversidade, os Lençóis Maranhenses são, também, fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico da região”, afirmou Edson Duarte.
A candidatura dos Lençóis Maranhenses será analisada na reunião da Unesco em 2020. Isso porque, na reunião de 2019, a organização mundial analisará a candidatura do sítio misto de Paraty e Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, ao mesmo título.
Para ser reconhecido como Patrimônio Mundial, é necessário que o sítio atenda a pelo menos um dos critérios estabelecidos pela Unesco. Os Lençóis atendem a três critérios, relativos a uma área de excepcional beleza natural, detentora de processos geológicos significativos e contendo habitats relevantes e significativos para a conservação da biodiversidade, incluindo espécies ameaçadas e endêmicas.

DUNAS E LAGOAS
O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é considerado um dos destinos mais bonitos do País, combinando quilômetros e quilômetros de dunas brancas pontilhadas por lagoas de água doce, ora azuis, ora verdes, e apresenta inúmeros atrativos naturais.
Entre as atrações turísticas do parque, destacam-se o Circuito da Lagoa Azul, Circuito da Lagoa Bonita, Lagoa da Esperança, Canto dos Lençóis, Foz do Rio Negro, Lagoa da Gaivota, Lagoa das Emendadas e Queimada dos Britos.
            O reconhecimento internacional do Parque como Sítio do Patrimônio Mundial Natural constitui um importante elemento para o desenvolvimento econômico e a promoção de inclusão social, a partir do desenvolvimento do ecoturismo na região. Esse reconhecimento não gera obrigações ou restrições adicionais quanto aos usos e às atividades na região, além das atualmente previstas dentro dos limites do Parque Nacional.

OS SÍTIOS
Os Sítios do Patrimônio Mundial são áreas únicas ao redor do mundo, reconhecidas pela Unesco pelo seu valor universal e pela importância natural e cultural, que precisam ser preservadas para o bem-estar da humanidade.
            Esses sítios protegem áreas consideradas excepcionais do ponto de vista da diversidade biológica e da paisagem. Dos 21 sítios brasileiros reconhecidos como Patrimônio Mundial, apenas sete são Naturais, tendo o último reconhecimento ocorrido há quase duas décadas, em 2001.

O PARQUE 
            O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, criado pelo Decreto nº 86.060 de 02 de junho de 1981, é o maior campo de dunas da América do Sul e compreende uma área de 155 mil hectares. Está localizado no litoral oriental do estado do Maranhão e abrange três municípios: Barreirinhas, Santo Amaro e Primeira Cruz. O Parque é uma unidade de conservação federal, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), entidade vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.
  

Por: Letícia Verdi/Ascom MMA (Ministério do Meio Ambiente)

Sândyla Brenda – Assessora Jurídica do INAMA BRASIL