sábado, 11 de fevereiro de 2017

Workshop nos EUA traz resultados para avaliação do risco de agrotóxicos no Brasil


Abelha Arapuá (Trigona spinipes), nativa do Brasil
 Foto: Cristiano Menezes
Foto: Cristiano Menezes
Brasília (09/02/2017) – A analista do Ibama Karina Cham e a 
professora Roberta Cornélio Ferreira Nocelli, 
da Universidade Federal de São Carlos (SP),
 representaram o Brasil no workshop 
Pesticide Exposure Assessment Paradigm for non-Apis Bees 
(Paradigma para avaliação de exposição a
 agrotóxicos para abelhas não-Apis), 
realizado de 10 a 12 de janeiro na Agência de Proteção Ambiental 
dos Estados Unidos (EPA), em Washington.
A oficina teve como objetivo discutir as particularidades 
da exposição de abelhas não-Apis a agrotóxicos em ambientes 
agrícolas e estudar a necessidade de alteração da avaliação de 
risco do uso desses produtos empregada atualmente por agências 
reguladoras. Os resultados, que contêm informações importantes para 
o processo global de regulação de agrotóxicos e apontam 
pesquisas necessárias, serão divulgados em uma publicação
 que será lançada em breve pelo comitê organizador do workshop.
Apis mellifera, também conhecida como abelha do mel, 
é considerada a principal polinizadora de culturas agrícolas no mundo. 
Por ter biologia conhecida, ser facilmente mantida em laboratório
 e apresentar ampla distribuição geográfica, 
é utilizada como organismo-teste padrão em estudos voltados
 para avaliações de risco do uso de agrotóxicos. 
Abelhas nativas de outras espécies 
(chamadas não-Apis para fins didáticos) realizam até 90% 
da polinização em alguns ecossistemas brasileiros. 
Entre estas, destacam-se as abelhas sem ferrão (meliponíneos), 
cujas características foram apresentadas pelo Brasil no workshop.
 O grupo é característico de climas tropicais e está presente na
 maior parte dos países sul-americanos.
Os outros países participantes apresentaram informações sobre
abelhas solitárias (Osmia spp., Megachile rotundata e Nomia melanderi) 
e as do gênero Bombus, para as quais já estão sendo desenvolvidos
 protocolos para teste.
A bióloga Karina Cham, que representou a Diretoria de Qualidade 
Ambiental do Ibama no workshop, coordena um grupo de trabalho (GT)
 formado por representantes da academia, 
de empresas e de órgãos de pesquisa com a finalidade de propor
 a primeira norma brasileira sobre o risco do uso de agrotóxico 
para os polinizadores e elaborar um manual que
 oriente sua aplicação. No fim de janeiro, o grupo elaborou 
uma nota técnica na qual aponta questões que precisam ser
 estudadas para garantir o avanço dos procedimentos de
 avaliação de risco do uso de agrotóxicos.
Participaram do evento 37 especialistas do governo, 
da academia e da indústria, além de representantes da EPA,
 da California Department of Pesticide Regulation (CDPR) 
e da United States Department of Agriculture(USDA), 
dos Estados Unidos; da European Food Safety Authority (EFSA),
 da Europa; da Pest Management Regulatory Agency (PMRA), 
do Canadá; da Agence Nationale de Sécurité Sanitaire de l'Alimentation, 
de l'Environnement et du Travail (ANSES), da França; 
e do Julius Kühn Institute (JKI), da Alemanha. 
O Brasil foi o único país do hemisfério sul a participar do evento. 
Resultados
Um dos capítulos da publicação que divulgará os resultados do 
workshop será baseado no documento sobre meliponíneos
 apresentado pelo Brasil. Elaborado por especialistas brasileiros
 em abelhas sem ferrão, o material poderá servir de base para 
que diversos países desenvolvam instrumentos de proteção
aos polinizadores.
O encontro também resultou na elaboração de uma equação
 que permite calcular a exposição a agrotóxicos pelo contato 
com elementos do solo. A solução poderá ser incorporada ao 
sistema de avaliação de risco aplicado atualmente pelo Ibama.
A primeira instrução normativa sobre o risco do uso de agrotóxicos
 para abelhas será publicada em breve pelo Ibama, 
associada a um manual de procedimentos que orientará sua aplicação. 
Mais informações:

Assessoria de Comunicação do Ibama
imprensa@ibama.gov.br

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