segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Ibama multa e embarga dois mil hectares em Paragominas e Ulianópolis, no Pará























– Cinco fazendas dos municípios de Paragominas e Ulianópolis,
no sudeste paraense, foram multadas e embargadas pelo Ibama
por danificar vegetação nativa, em desacordo com a licença da 
autoridade ambiental competente. No total, aproximadamente
 2.000 hectares foram desmatados e o material lenhoso resultante
 foi queimado com o intuito de limpar a área para a plantação de soja. 
A equipe de fiscalização da autarquia, que passou oito dias em operação no local,
identificou, além da derrubada e da queima das árvores,
 fornos de produção de carvão vegetal,
 os quais utilizavam a lenha extraída das próprias áreas
Os proprietários, cujas multas somadas chegam ao valor de R$ 10 milhões,
alegaram limpeza da área, de acordo com a Instrução Normativa nº 02/2014,
de 26 de fevereiro de 2014, da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade,
do governo do Pará.
A instrução normativa define critérios e procedimentos para a realização
 de limpeza de área e para a obtenção de autorização de desmatamento,
a serem realizadas nas áreas de vegetação secundária em
 estágio inicial de regeneração,conhecida como juquira,
localizadas fora da reserva legal e da área de preservação permanente (APP)
 dos imóveis rurais no âmbito do estado.
 Contudo o que se observou foi que os proprietários estavam burlando
 a própria instrução normativa, a qual possui,
 na visão do superintendente do Ibama no Pará, Hugo Américo Schaedler,
algumas falhas. “Há uma certa confusão na legislação para o caso,
 que permite o uso equivocado, impactando negativamente no desmatamento
 do estado. Já iniciamos tratativas com a Secretaria Estadual para
 que sejam revistos os procedimentos.”
Ainda de acordo com o superintendente do Ibama,
 as áreas desmatadas não foram identificadas como antigas,
 ou seja, em regeneração, podendo comprometer os números 
queda do desmatamento no Pará quando forem divulgados os novos índices oficiais.
 “Os dois municípios saíram da lista dos principais desmatadores do estado.
 Esses novos desmatamentos podem representar
um retrocesso nas conquistas realizadas, além dos prejuízos que ambos podem ter
como, por exemplo, o fechamento de portas para o crédito bancário bem como
operações severas de combate ao desmatamento”, enfatizou.
Isaac Lôbo
Ibama/PA




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